sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Best 0f 2007 - Parte 1


Depois de um longo e tenebroso inverno estamos de volta por aqui, cada um com seu clássico Top 2007. Eu li muita coisa esse ano e não faço nem idéia do número preciso (não sou nem de longe tão organizado quanto Maniac). Vou dividir a minha lista como fiz da outra vez, mas vou falar primeiro dos títulos e depois dos criadores. E pretendo ainda falar dos livros, mas tudo a seu tempo.

Não separei os títulos em uma ordem de preferência, mas como o Maniac dividi por ordem alfabética.

All Star Superman

All Star Superman se manteve entre as melhores leituras do ano em 2007. Grant Morrison sabe trazer a atmosfera das clássicas histórias do Superman que deitavam e rolavam no universo da ficção científica. É como ler uma daquelas clássicas histórias dele contra Braniac e todo seu aparato tecnológico, ou as maluquices que acabavam ganhando um espaço na Fortaleza da Solidão. Tudo isso somado a própria bizarrice que o Morrison traz com ele faz com que as histórias sejam muito interessantes e originais. E arte do Frank Quietly combina e muito com o título, principalmente por que ele tem um traço bem característico e diferente do que tem por aí. Na minha opnião ele esta produzindo seu melhor trabalho. Só duas coisas são ruins, a periodicidade do título é uma várzea e ele deve mudar de time criativo em breve.

Criminal

Ed Brubaker e Sean Phillips conseguiram com esse título trazer de volta um gênero a muito em baixa nos quadrinhos: o de crime. Gênero que tanto inspirou Tarantino e teve um revival muito bom no cinema, não havia desfrutado do mesmo sucesso nos quadrinhos. Até agora. Criminal é dividido em arcos de história que abordam grupos de personagens distintos. Na verdade não tão distintos, a primeira história que se estendeu do número 1 ao 5 abordou um ladrão e um roubo problemático, e a segunda contou a história do irmão dele que volta da guerra do Iraque e investiga o que aconteceu com seu irmão. A história é muito boa, os diálogos são inteligentes e não óbvios e a narrativa é dinâmica e tensa. A arte é belíssima, não só o desenho e arte final de Phillips, como as cores de Val Staples. E as capas pintadas de Phillips são belíssimas. Gibi de primeira.

Daredevil

Mais um escrito por Ed Brubaker, Daredevil continua bem interessante. A vida de Matt Murdock continua um inferno e tudo continua indo pro saco, mas ele continua brigando. O mais interessante é que este título não sofre das constantes reinvenções que assolam as HQs norte americanas, onde tudo que aconteceu é apagado e tudo aquilo que estava fudido esta agora bom. Tudo que o Bendis introduziu na vida do personagem ainda ecoa nas histórias atuais, todas aquelas histórias ainda tem conseqüências hoje em dia, o que serve para aumentar ainda mais a pressão. Michael Lark manda bem na arte, não é o Maleev, mas serve bem ao título.

Fables
Fables continua sensacional. Mesmo depois de mais de 50 edições o nível continua alto enquanto Bill Willingham explora a vida das fábulas depois dos contos. A trama esta cada vez mais intrincada. Mark Buckingham continua desenhando e sua arte continua se encaixando perfeitamente ao título. É uma hq bem original e bastante diferente. A única desgraça é que eu a leio através dos TPBs, que demoram muito a sair.

Game Keeper

Primeiro e único título da Virgin Comics que me interessou, Game Keeper foi criado pelo diretor Guy Ritchie e narra a jornada de vingança de um ex-caçador. Escrito por Andy Diggle, que já roteirizou diversos títulos para Wildstorm, e com belíssimos desenhos do novato Mukesh Singh, Game Keeper foi uma grata surpresa. A jornada é contada em 5 partes e a história é muito bem dividida mantendo a tensão e o interesse do começo ao fim. Boa história, bom roteiro e boa arte.

Hellboy Darkness Calls

Eu sou um grande fã do trabalho de Mike Mignola, e quando eu soube que ele não iria desenhar a nova saga de Hellboy já me preparei para o pior. Quando os primeiros quadros de Duncan Fegredo foram divulgados eu no geral gostei, mas ainda com o pé atrás. Depois de ler as 6 edições de Hellboy Darknes Calls cheguei a apenas uma conclusão: acredite em Mignola. A história escrita por ele, como sempre é fantástica, investigando cada vez mais fundo as origens de Hellboy e as conseqüências de sua existência. E arte de Duncan Fegredo é sensacional e se aplica perfeitamente ao título. Não é o Mignola, mas é uma abordagem diferente e interessante. Fegredo não tenta copiá-lo, o que seria um desastre, mas traz a sua contribuição, muito boa por sinal. Mais uma ótima série do personagem e uma grata surpresa.

Immortal Iron Fist

Se tem um gibi que realmente me fez esperar ansiosamente pelo próximo número foi The Immortal Iron Fist. O retorno de Danny Rand ao seu próprio título não poderia ter sido melhor. Ação dinâmica somada a exploração da extensa mitologia por traz do personagem fizeram desse meu título mensal preferido este ano. Ed Brubaker e Matt Fraction escrevem e David Aja cuida da arte. A história é bem interessante e busca dar profundidade ao mito do Iron Fist, mas sem se tornar excessivamente dramático ou piegas. E a pancadaria rola solta no melhor estilo, com muitas referências as artes marciais. Aja vem da mesma escola de Alex Maleev e Michael Lark, introduzida lá trás por Neal Adams e Bill Sienkiewicz, mas traz a sua própria contribuição a ela. E outros artistas também participam quando o passado é abordado na história. A capa ainda possui um layout bem legal que tem sido mantido. Depois de 11 edições mal posso esperar pela próxima.

La Chronique des Immortels

O primeiro europeu a aparecer na lista já é fruto do que eu disse quando escrevi sobre Blacksad. Cresci lendo Asterix e meu interesse nos quadrinhos europeus sempre existiu, só demorei um pouco para consegui-los. Adaptação de um romance homônimo de Wolfgang Hohlbein, esta hq é ricamente ilustrada por dois artistas, Benjamin von Eckartsberg e Thomas von Kummant. Eckartsberg cuidou dos cenários e Kummant dos personagens. O resultado é bem semelhante a uma animação, com cenários pintados e personagens mais estilizados. Belíssimo resultado. E a história, ambientada na era medieval, é bem promissora (só saiu a primeira parte).

Siegfried

O segundo europeu na lista aborda a já bem batida saga do herói Siegfried. Mesmo em quadrinhos a saga já teve um bocado de publicações. Mas a abordagem desta versão é um pouco diferente, a primeira parte (que foi só o que saiu até agora) acompanha Siegfried desde pequeno até a juventude. O texto é bastante poético e a arte é impressionante. Desenho primoroso e cores belíssimas. Se a história fosse uma merda, que não é o caso, já valeria só pela arte. Eu li uma edição especial que tem um dvd com um trailer da animação, muito boa por sinal, baseada na hq que esta sendo feita ao mesmo tempo. O projeto gráfico é muito bem feito e a edição é fantástica, muito bem trabalhada e com muitos extras. Minha única crítica negativa é quanto aos balões que não combinam em nada com arte e chamam muita atenção.


The Spirit

E por fim, mais um título que cai na mesma categoria do Hellboy, daqueles que eu não achava que podia ser bem feito e foi. O Spirit na verdade um pouco menos do que o Hellboy, pois ele já havia sido trabalhado por outras mãos que não as de seu criador na mini-série publicada pela Dark Horse anos atrás. Naquelas edições algumas poucas histórias me agradaram, mas a grande maioria bem abaixo do original. Não é esse o caso da série de Darwyn Cooke. Mantendo sua própria linguagem Cooke não tenta fazer o que o Eisner fazia, mas sim cria a sua versão do personagem sem se distanciar do original e usando os elementos clássicos que Eisner inventou e se tornaram tão característicos do personagem. Ótima história e arte fantástica, funciona quase como uma animação do Spirit. Cooke escreve e desenha, J. Bone arte-finaliza e o incansável Dave Stewart colore.

Na próxima vou falar de outros títulos que me agradaram, mas que não entraram no top 10.

1 Comments:

At 6:27 PM, Blogger Raging Bull said...

Gostei da lista...

Que tal falar também sobre os que foram lançados por aqui em 2007?

Abraço.

 

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