quinta-feira, setembro 28, 2006

Lost in Translation

Aproveitando o comentário que fiz no meu post sobre O Vingador do Futuro, onde critiquei seu título nacional, aqui vão mais algumas pérolas de títulos brasileiros (e alguns portugueses, claro):

Depois de Horas (After Hours, 1985) - After Hours seria algo como após o expediente. Esses tradutores nunca querem traduzir literalmente o título e quando o fazem, fazem errado.

O Garoto do Futuro (Teen Wolf ,1985) - Michael J. Fox como um adolesente que se transforma em um lobisomem. E não, ele não vem do futuro. O belo título nacional é só para aproveitar o sucesso do De Volta Para o Futuro, que também é de 1985. E o pior é que eles me enganaram, já que a primeira vez que vi esse filme devia ter uns 10 anos e eu fiquei esperando o filme inteiro para ver o Delorean aparecer.

Amnésia (Memento, 2000) - Apesar do personagem de Guy Pearce falar durante o filme que não tem amnésia e sim algo diferente, qual o título nacional? Será que eles assistem os filmes antes de dar o título? Talvez eles assistiram esse com áudio em coreano e legandas em tailadês.

Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1958) - Um Corpo Que Cai? Vai parecer piada de português, mas apesar do idiota título nacional os portugueses conseguiram fazer pior. Em Portugal o filme se chama "A Mulher Que Viveu Duas Vezes". Isso mesmo, eles estragam parte do filme! E eu que achava que eles terem chamado Psicose de "O Filho que era a Mãe" era piada.

O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968) - Mais uma de português. Sabe o nome do filme em Portugal? "O Homem Que Veio do Futuro". Não, eu não estou brincando.

Ponto Final - Match Point (Match Point, 2005) - A velha mania de colocar subtítulos idiotas junto com o nome do filme. Mas dessa vez, olha que gentis. Eles colocaram a tradução e o nome em inglês no título. Que inteligente.

Hurricane: O Furacão (The Hurricane, 1999) - Repito, que inteligente.

Rambo - Programado Para Matar (First Blood, 1982) - Programado Para Matar? Caberia melhor com O Exterminador do Futuro.

O Retorno de Jedi (Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi, 1983) - O certo seria O Retorno DO Jedi, mas esse eu deixo passar.

O Império (do Besteirol) Contra-Ataca (Jay and Silent Bob Strike Back, 2001) - Besteirol é eles acharem que esse era o único jeito da gente notar a referência ao Império Contra-Ataca.

Homens Brancos Não Sabem Enterrar (White Men Can't Jump, 1992) - Nenhum problema com esse, é só para mostrar como o título em Portugal é engraçado (pelo menos para nós brasileiros): "Branco Não Sabe Meter".

É, agora chega.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Melhor invenção depois da roda


The Complete Calvin and Hobbes

É, já faz mais de dez anos que a vida não é a mesma. Em dezembro de 1995 Bill Watterson desenhou o último capítulo de sua maior criação. Ou pelo menos o último capítulo que nós pudemos acompanhar.

Calvin e Haroldo é uma tira de jornal sobre um menino de 6 anos e seu tigre imaginário. Criado por Watterson na metade da década de 80, Calvin se tornou uma das tiras de maior sucesso, e sem dúvida uma das mais fantásticas. Watterson trouxe para os jornais a inventividade e a inteligência das soluções simples e geniais. As piadas clássicas combinadas às modernas. E mais do que isso, Calvin é universal, foi publicado em uma infinidade de jornais pelo mundo e até hoje ocupa as páginas de muitos. Do momento em que a tira surgiu, em novembro de 1985, Calvin foi um sucesso instantâneo de público e permitiu que seu autor pudesse se preocupar com sua integridade artística. Watterson não permitiu que Calvin fosse usado em qualquer tipo de merchandising e brigou na justiça para impedir o uso de seu personagem em cuecas, canecas, lençóis e quaisquer outras merdas. Além disso, ele deixou a tira no ápice de seu sucesso. Watterson respeitou seu próprio tempo criativo e deixou de desenhar Calvin 10 anos depois de ter começado.

Um ex-chargista de jornal, Watterson além de tudo desenha bem. Sua arte é simples e orientada pela narrativa, respeitando a história. Durante os dez anos que produziu Calvin ele buscou explorar ao máximo as possibilidades que o meio ofereceu, trabalhando com o storytelling da forma mais honesta possível: querendo contar uma história. As soluções encontradas por ele nas tiras de domingo estão entre as mais inventivas já criadas.

Felizmente para nós fãs ainda é possível aproveitar e muito as tiras de Calvin, ainda mais nós brasileiros. Foi lançado no ano passado o The Complete Calvin and Hobbes, mega coleção com todas as tirinhas já publicadas em jornais e compiladas em livros. São três volumes gigantes acomodados em uma belíssima luva. O projeto gráfico é primoroso dando destaque para as tiras sem atropelar os respiros, e ainda tomando o cuidado de informar a data em que a tira foi publicada. O trabalho é muito cuidadoso, os livros são muito bem acabados e bonitos. O primeiro ainda conta com uma introdução do próprio Watterson escrita especificamente para a edição, introdução esta que ele escreveu para nós, que lemos Calvin há um milhão de anos e sabemos a maior parte das tirinhas de cor. Sensacional. E como se não bastasse o último livro trás muito material que não foi publicado no Brasil.

Só senti falta daqueles desenhos p&b que sempre povoavam as edições menores do Calvin, não tem nenhum. E claro, o preço é bem salgado (US$ 150), mas pra um trabalho desse nível vale a pena. Se você tiver como comprar, não tem erro. Aqui no Brasil da pra encontrar ele na Livraria Cultura por um preço atômico, quase um chute no pâncreas, mas na Internet é bem possível fazer um negócio melhor. Na Amazon, por exemplo, estava bem mais barato, acho que uns US$ 90. Vale a compra.

sábado, setembro 23, 2006

Car Chase 1

Eu, como fã de cinema, fã de perseguições de carro em filmes e graças ao nosso amigo YouTube, irei postar de vez em quando aqui um video de uma perseguição automobilística de algum filme. O primeiro é de um filme pouco conhecido chamado Viver e Morrer em Los Angeles (To Live and Die in L.A., 1985) dirigido pelo William Friedkin (o mesmo do Operação França).

quarta-feira, setembro 20, 2006

Perguntas sem resposta

Ni hao ma.

Como mais sábio, terei que levantar questões significantes. O meu único motivo de estar aqui é de contestar e levantar dúvidas, portanto todo mês colocarei tópicos como esse para saber se chegamos a algum lugar.

Essa pergunta foi extraída da revista Super Interessante do mês de Setembro de 2006

O Rock Morreu?

"Está tudo acabado. O Rock´n´ roll é uma merda. É funesto. Não estou mais interessado nisso - acho que a música já atingiu o fundo do poço" (Johnny Rotten - Vocalista do Sex Pistol - 1980)

"O instante em que você começa analisar o seu rock é o mesmo instante em que ele morre. É por isso que o rock está morto faz tempo. Tem muita analisação e nenhuma rockalização" (Barry - Vendedor de discos interpretado por Jack Black no filme Alta Fidelidade)

"A atitude rock não morreu, mas a música deixou de ser vital. Não possui mais o mesmo significado" (David Byrne - Fundador da banda Talking Heads)

"Apesar do enorme fluxo de novos artistas, o mundo do rock parece cada dia mais envelhecido, mais previsível, mais chato" (James Miler - Crítico de música e editor da História ilustrada do rock, enciclopédia publicada pela revista Rolling Stone)

"Vocês são um bando de escravos.....O rock está morto" (Jim Morrinson - Líder do The Doors, gritando com seus copanheiros de banda ao encerrar as gravações do ultimo disco do grupo, em 1969)

"Todo mundo sabe que o rock atingiu sua perfeição em 1974. É um fato científico" (Homer Simpson, no episódio Homerpalooza)



E vocês, o que acham??

Em breve comentários dos integrantes da banda Ghost Rider.

Xie Xie

terça-feira, setembro 19, 2006

Finalmente em DVD


Nesse primeiro post vou falar de um de meus filmes preferidos de ficção científica recém lançado em DVD que pode passar desapercebido entre outros grandes lançamentos, como as versões originais dos Star Wars. É O Vingador do Futuro (Total Recall, 1990) dirigido pelo holandês Paul Verhoeven e estrelado pelo Schwarza (também conhecido como Arnold Schwarzenegger) com participação da Sharon Stone, e que finalmente chega no Brasil para venda, lançamento que estou esperando já faz alguns séculos.

Ele é baseado no conto "We Can Remember It For You Wholesale" do escritor Philip K. Dick (conto que pode ser encontrado no livro Minority Report - A Nova Lei lançado há alguns anos), um de meus escritores de ficção científica preferidos que também tem os filmes Blade Runner e Minority Report baseados em histórias suas. Sem entrar em detalhes sobre a história (que você pode descobrir vendo a parte de trás do DVD quando for comprá-lo) o filme começa bem parecido com o conto, mas acaba se desenrolando de forma bem diferente, mesmo assim conseguindo criar uma história de tecnologia e paranóia bem condizentes com a obra do escritor além de acrescentar uma boa dose de ação e bastante violência, marcas registradas do diretor holandês no seu segundo filme feito nos EUA (depois de RoboCop), como na cena em que Schwarza arranca os dois braços de um inimigo em um elevador (além de outra pérolas sanguinárias).

Apesar do imbecil título nacional que tenta pegar carona no sucesso do Exterminador do Futuro, esse é um dos meus filmes preferidos de ficção científica e deve agradar aos fãs do gênero.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Aquela velha melodia francesa....

Este é um blog dedicado aos Índios Poloneses.

Sim, ele é dedicado a esse povo fanático que vive nas padarias e montanhas do velho continente, raramente vistos, porém sempre por perto. E como todo povo bravo e guerreiro os Índios Poloneses são famintos por conhecimento e fritas, e para não desapontá-los aqui você vai encontrar três malucos, digo três idiotas, quero dizer... três figuras em extinção, discutindo sobre diversos assuntos, mas principalmente falando sobre cinema (não só a película, mas os meandros da forma dessa arte atômica), histórias em quadrinhos (a arte sequencial e os desdobramentos de sua linguagem intergalática) e vídeo games (enfocando esse sistema de diversões eletrônicas e cósmicas).

Mas todo cuidado é pouco, pois não somos quaisquer três malucos e sim membros do seleto panteão dos Índios Poloneses. Pois eles não são um povo pacífico, e nem poderiam ser, ou não teriam sobrevivido até hoje (pelo menos para nós, auto-entitulados). Não, eles são um povo feroz, que não tolera bobagens e apenas cultua os mais bravos e sábios. Por isso, hoje somos três criaturas em um totem. Crazy Wolf, o oráculo dos ultimos tempos, Maniac Hawk, o sábio de poucas palavras e Mad Chimp, o ignorante de muitas palavras. Mas, como criaturas nativas do velho continente, a qualquer momento "um de nós" (qualquer um de vocês seus miseráveis) pode ser vitimado pela fúria indígena.

Aproveitem enquanto podem.